O Projeto representa um baixo custo de investimento e possibilita subsidiar o levantamento de custos com mais precisão e confiabilidade.
Grande parte da população brasileira, principalmente aquela que lida com obras de menor porte, não procura o auxílio de um profissional capacitado para realização do projeto, seja ele um arquiteto ou engenheiro. Isto é o que mostra uma pesquisa encomendada pelo conselho de arquitetura e urbanismo – CAU, que indica a consulta de um profissional de engenharia menos de 20% dos brasileiros.
Aparentemente há um senso comum de que os custos do projeto e de um profissional especializado são gastos não retornáveis em forma de melhoria, quando na verdade estes são os principais responsáveis pela economia de uma obra. Há uma vasta bibliografia tratando da importância do projeto técnico para as construções, mas tratarei aqui apenas de alguns pontos mais relevantes.
Custos
Como tratado no início deste artigo, boa parte da motivação para a não realização do projeto, ou contratação do profissional especializado é financeira e baseada no senso comum de que é um gasto desnecessário, ou mesmo na crença que o pedreiro possui as qualificações necessárias para realizar os serviços. Esta prática transforma em realidade o ditado popular do “barato sai caro”, seja por uma má execução, seja pelo incremento de custos provenientes de um fraco planejamento.
Figura 1 - Nível de influência no custo da construção civil
Fonte: KERN, 2005
A figura acima, demonstra os custos provenientes de erros nas diversas fases do projeto, e através dela podemos verificar a importância de um planejamento bem feito. O quanto antes os erros forem identificados, mais barato será a correção e menor serão os desdobramentos necessários.
O Projeto representa um baixo custo de investimento e possibilita subsidiar o levantamento de custos com mais precisão e confiabilidade, assim como identificar problemas com antecedência necessária para minimizar os seus efeitos.
Qualidade
A qualidade é obviamente afetada pela falta de um profissional qualificado e que pode apresentar soluções mais sofisticadas para os empreendimentos, assim como controlar os materiais utilizados na obra. Este controle possibilita qualidade e durabilidade, assim como a criação de uma manutenção preventiva eficiente.
Uma obra sem controle de qualidade pecará ou por falta ou por excesso, aumentando assim o risco de surgimento das famosas patologias construtivas e podendo causar até mesmo a ruína do empreendimento.
Conclusão
Diante do exposto, verificamos que cada fase da construção pode ser aperfeiçoada por um profissional de engenharia, proporcionando assim uma significativa redução de custos nas etapas do empreendimento.
Nas fases de projeto os problemas são identificados e minimizados, as soluções são propostas baseadas no conhecimento técnico e bibliografia testada, culminando no fornecimento das informações para o planejamento da obra.
Na fase da execução é realizado o controle da obra, assim como dos custos e prazos. Nesta fase, dependendo do escopo, pode ser realizado pelo profissional especializado o controle também dos pagamentos e medições.
Para o pós-obra fica o legado de uma boa execução que demandará menos ações corretivas e uma manutenção preventiva mais assertiva.
Referência:
KERN, A. P. (2005). Proposta de um modelo de planejamento e controle. 234 f. Porto Alegre: Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande.
Sobre o Autor:
Anderson Soares
é Engenheiro Civil, com especialização em Gerenciamento e Fiscalização de Obras.
Possui mais de 15 anos de experiência no segmento de engenharia.